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Mostrando postagens de outubro, 2016

Uni-Verso

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Há tantas mulheres em mim Há a vertigem, o delírio O fogo, a fome e o devaneio Há milhares de mulheres em mim Verso, Reverso e o Universo Há mulheres que pedem: Socorro! E há aquelas que gritam em coro: "Não me ame pouco!" Há tantas mulheres em mim: A santa, a puta, a comunista A apaixonada, a poetiza, a sacerdotisa A sonhadora, a destemida, a medrosa A covarde e a corajosa. Eu olho para todas elas e digo: Sou todas Sou única Sou o Uni-Verso. Simony Thomazini *Imagem retirada do Flickr

"Tenho que me querer para dar alguma coisa a mim." Clarice Lispector

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“Fiz o que era mais urgente: uma prece. Rezo para achar o meu verdadeiro caminho. Mas descobri que não me entrego totalmente à prece, parece-me que sei que o verdadeiro caminho é com dor . Há uma lei secreta e para mim incompreensível: só através do sofrimento se encontra a felicidade. Tenho medo de mim pois sou sempre apta a poder sofrer. Se eu não me amar estarei perdida — porque ninguém me ama a ponto de ser eu, de me ser. Tenho que me querer para dar alguma coisa a mim. Tenho que valer alguma coisa? Oh protegei-me de mim mesma, que me persigo. Valho qualquer coisa em relação aos outros — mas em relação a mim, sou nada. É tão bom ter a quem pedir. Nem me incomodo muito se eu não for totalmente atendida. Eu peço a Deus para eu ser mais bonita — e não é que meu olho faísca ao mesmo tempo que meus lábios parecem mais doces e cheios? Eu peço a Deus tudo o que eu quero e preciso. É o que me cabe. Ser ou não ser atendida — isso não me cabe a mim, isto já é matéria-mágica que se...

Sobre (meus) abismos

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Talvez ela se esconda, não por medo, mas pelo analfabetismo de muitas pessoas que encontra pelo caminho. Talvez ela fuja, não por receio, mas pelo desgaste físico e psicológico muitas vezes, desnecessário. Talvez ela minta, pra esconder verdades, meias verdades, de si mesma. Talvez algum dia ela os revele. Talvez não. Talvez ela precise se sentir segura e forte o suficiente pra lidar consigo mesma. Sabe que é grande. Sabe que é um abismo. Sabe que uma vez dentro, não há escapatória. O abismo não perdoa. Exige dela uma pergunta que muda tudo: Vai ou fica? Simony Thomazini *Imagem retirada do Pinterest

"Tenho tantas perguntas para suas respostas"

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Nessa postagem começarei a escrever sobre psicanálise de uma maneira acessível a quem nunca ouviu falar sobre a mesma. Não vou, e não é este meu propósito, aprofundar e me estender em conceitos próprios da Psicanálise. O que gostaria de trazer aqui a vocês é a sua articulação com a arte em geral de uma maneira divertida. Nessa postagem inicial trago uma frase de Mário Quintana e de Sigmund Freud (o Pai da Psicanálise). Também não irei trazer contextos históricos e afins da Psicanálise, apenas explanarei de uma maneira mais leve, digamos assim, aquela que hoje vejo o mundo: a Psicanálise de Orientação Lacaniana. Gostaria também de deixar dito, que caso hajam dúvidas sobre o que foi colocado aqui, estou à disposição. Então, sem mais delongas, vamos ao assunto. "A Psicanálise ? Uma das mais fascinantes modalidades do gênero policial, em que o detetive procura desvendar um crime que o próprio criminoso ignora". Mário Quintana "Quem quer que deseje não igno...

Frida Kahlo

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"N ão era a profundidade o que me afogava, mas o tempo que passei debaixo d'água." Frida Kahlo "Uma mulher apaixonada, autêntica, sofrida, transparente e revolucionária. A pintora mexicana Frida Kahlo nasceu em 1907, na Cidade do México. Sua história é carregada de tragédias e paixões. Pintora de estilo único, sua obra é impregnada de um forte espírito nacionalista, mas visivelmente marcada por sua história pessoal, um reflexo de suas dores físicas e afetivas, e da intensa busca pela liberdade." © obvious:  http://obviousmag.org/my_cup_of_tea/2015/11/frida-khalo---um-icone-na-arte-e-na-vida.html#ixzz4NphsJ79I   * Imagem e texto retirados do site: "Obvius" 

Últimos Olhares

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Carrego comigo uma vastidão de últimos olhares. A começar pelos meus, que por tantas vezes me olham no espelho desconfiados e temerosos das perguntas que exigem uma coragem que muitas vezes não tenho. Olhares que me despem, olhares que me vestem, olhares nesse vai e vem da minha vida. Não me lembro como começou, mas o que sei é que esses 'últimos olhares' estavam aqui comigo, soltos na memória... Há uma propulsão em procurar o culpado, e eu sempre encontrava um discurso totalmente lúcido e plausível para não ser a responsável. O problema é que todos ao meu redor acreditavam, menos eu. Numa prateleira ornamentada com flores e luz neon da minha memória, estavam lá, eles, meus "últimos olhares".  É como se o fato deles insistissem e portanto, persistissem, fossem para me avisar do mal que estaria por vir em continuar num ad infinitum não enfrentado-os. O último olhar que me lembro trouxe-me ao meu derradeiro. Todas as forças usadas em evitar...

"É possível alguém ser inteiramente sincero consigo mesmo e não temer toda a verdade?” Fiódor Dostoiévski

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Uma das coisas que faço constantemente, é a associação entre vários autores cujo tema de seus escritos são semelhantes, (farei isso muitas vezes aqui no blog) porém cada um deles escreve à sua maneira. Desta vez escolhi o filósofo alemão Friedrich Nietzsche e o escritor russo Fiódor Dostoiévski que dizem logo abaixo sobre o mesmo tema, mas cada um escreve de acordo com o contexto do livro: “Mesmo o mais corajoso de nós poucas vezes tem coragem para o que propriamente sabe.”  Friedrich Nietzsche no livro "Crepúsculo dos Ídolos" “Entre as recordações de cada pessoa, há coisas que ela não conta para qualquer um, somente para os amigos. Há também aquelas que ela não conta nem para os amigos, somente para si mesma, e isso secretamente. Mas, finalmente, há também aquelas que o indivíduo tem medo de revelar até para si mesmo , e um homem respeitável tem tais coisas acumuladas em grande quantidade. E pode ser até mesmo assim: quanto mais respeitável ele é, mais coisas...

Vulcão

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As vezes acho que sou como um vulcão. Há momentos em que entro em erupção. Depois vem uma calmaria, um nada, um vazio, a melancolia. Oscilo entre o tudo e o nada. O cheio e o vazio. O certo e o errado. Exatamente nessa intensidade. Pobre coração meu, vivendo de extremos. Lá fora ainda é dia. Mas aqui dentro Anoitece. Simony Thomazini  * Foto de Laura K. Photography em Flickr 

Sobre o (meu) silêncio

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Sempre existiu em mim mais silêncios do que segredos. Sempre fui um livro aberto, mas a maioria das pessoas ao meu redor, analfabetas. Simony Thomazini *Foto retirada do site: Pinterest

Água Viva - Clarice Lispector

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Um dos livros mais viscerais de Clarice Lispector, Água Viva, foi originalmente publicado em 1973, poucos anos antes da morte da autora. O tema da obra, é o seu tema de vida, o instante.

"Eu escrevo apenas. Tem que ter por quê?" Paulo Leminski

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Como essa é a minha primeira postagem, gostaria de contar brevemente como comecei a escrever a vocês. Escrevo desde os 16 anos, e o "motivo" que me levou a este destino foi uma grande decepção amorosa vivenciada nessa época. Escrevia poesias e tinha um pequeno diário que era uma espécie de fuga, e uma maneira encontrada por mim de não sangrar publicamente, bem como uma tentativa de explorar esse novo mundo experimentado por mim, ou seja, o amor, ou aquilo que eu achava que poderia chamar de amor. Como escolhi esse tema para iniciar o blog, e sendo ele extenso e escrito por vários autores, optei por um trecho de uma de minhas escritoras favoritas,  Anaïs Nin, para nos contar um pouco sobre o por que as pessoas escrevem.  "Por que as pessoas escrevem? Já me fiz tantas vezes esta pergunta que hoje posso respondê-la com a maior facilidade. Elas escrevem para criar um mundo no qual possam viver. Nunca consegui viver nos mundos que me foram oferecidos: o dos meus pais,...