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Guerra Fria

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Algumas coisas nos exigem tempo de compreensão. Eu que estou mais habituada a mim mesma, a sondar meus pensamentos e sentimentos com maior frequência sei disso, e por isso agora, escrevo. Eu estou te esquecendo. E não foi ontem, nem é de hoje, mas uma construção de dias, anos! E isso me veio devagar, quase imperceptível e sorrateiramente, pois estou e estive tão acostumada a desejar você e a fantasiar uma vida a teu lado, que não pude perceber o movimento do esquecimento, este que quase não deixou sinais captáveis pela minha consciência para eu poder racionalizar a respeito. Havia apenas a angústia e a tristeza que repetidamente passaram a fazer morada em mim, mas mesmo diante do tumulto provocado por eles, eu ainda não conseguia entender o que estaria de fato acontecendo comigo (ou não queria saber mesmo). Apesar da angústia e da tristeza já terem sido habitadas por mim antes em relação a você, dessa vez, eu não me dava conta do que (já) estava acontecendo há tempos, porém...

"O que eu sinto só a mim pertence..."

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"O que eu sei toda a gente pode saber. Mas o que eu sinto, ah! O que eu sinto só a mim pertence..." Os Sofrimentos do jovem Werther, Goethe.

Carta de Adeus

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Prometi a mim mesma que nunca mais escreveria sobre você e para você, mas as palavras quando escritas ficam num tempo para além das palavras ditas, o que pretendo que aconteça com essa carta, e porque essa é desde sempre a minha melhor via de expressar meus sentimentos. Eu sempre soube que seria difícil colocar um ponto final entre nós. E por isso evitava, por essa razão evitei por tanto tempo. Nunca fui boa em dizer adeus a nada nem a ninguém, e com você, certamente foi, e é a maior das dificuldades em toda a minha vida! Eu sempre amei você, e amei desde o dia em que o conheci, embora tenha reconhecido depois e fiz você saber num tempo a posteriori também. Por isso é que cedo em nossa vida foi sempre tarde demais. É como me sinto, e é como interpreto a nossa história hoje. Você sempre foi o número 1. Sempre foi a minha escolha preferida dentre todas as outras, embora eu saiba, como você também soube, que nunca deixei claro, e é por isso que digo novamente: o cedo, tornou-se ...

"Tenho todos os medos em mim, menos o medo de ter medo"

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Eliane Brum, in: "A menina quebrada", p.15

Viver se aprende

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Viver se aprende. E eu tenho aprendido a cada dia. Improvisando entre intervalos de alegria e tristeza. Nunca foi fácil, mas pode ser leve. Leve não como a pluma já dizia Paul Valéry, mas como um pássaro. Um pássaro que sabe o seu lugar, e voa, voa alto, quando assim deseja.  Simony Thomazini *Imagem retirada do site: "Pinterest"

Frida (2002)

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" Frida Kahlo  (1907-1954), pintora mexicana, é considerada a primeira artista surrealista da América Latina. O filme é de  Julie Taymor do ano de 2002. A dor e a tragédia perseguiram-na por toda a vida: na infância, a poliomelite lhe deixou uma das pernas mais curta; na adolescência, um acidente com o bonde que a trazia de volta da escola rendeu fraturas na bacia, meses prostrada na cama e uma série de cirurgias ortopédicas mal sucedidas. A vida adulta lhe reservaria outras desgraças, mas ela não se deixaria abater.  Foi casada com  Diego Rivera  (1886-1957), um dos mais importantes artistas mexicanos, ícone do movimento muralista.   Era da geração de artistas funcionários do governo mexicano, que patrocinava expressões engajadas de arte, empenhadas em retratar o cotidiano da classe trabalhadora. Tal movimento chamou a atenção do resto do mundo e garantiu a Rivera uma sólida carreira internacional. É a ele que Frida deve a projeção que sua obra teve...

Um lugar para chamar de: MEU!

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Sempre fui aquela pessoa que apegava-se as dores como quem cuida de um animal doméstico, e quase poderia chamá-las pelo nome devido ao tempo em que passavam comigo. Alimentava-as como quem sabe que se não o fizer, elas padecerão e morrerão. Repetia esse movimento dia após dia. Uma dor aqui, outra ali, e o ciclo recomeçava. Mas, alguma coisa mudou desde o dia em que cheguei em casa e deixei de alimentar uma, depois a outra, e lentamente elas foram perdendo a vida que eu dava, e, finalmente todas elas, principalmente aquelas em que eu tinha um "apreço" maior (essas foram as primeiras)  mudaram-se de "casa". Algumas dores ainda existem, porém não doem como antes, e não ficam por muito tempo. Aquele lugar do trono, no mais alto que poderia chegar de mim mesma, não está mais reservado a elas, mas a mim mesma. Tornei-me então rainha de mim, dona do meu nariz e fiel ao que eu sentia. Tornei-me eu mesma, sem por isso, doer tanto. E pude fazer então, das dores que car...